PF acha um dos relógios mais caros do mundo em ação contra doleiros

11 de dezembro de 2024 30

Investigadores da Polícia Federal apreenderam relógios da marca suíça Patek Philippe, uma das mais conceituadas e caras do mundo, durante a Operação Palíndromo, deflagrada nesta quarta-feira (11/12).

A ação, que ocorre em conjunto com a Receita Federal, tem como objetivo desarticular uma associação criminosa estruturada e hierarquizada, composta por diversas empresas, que operava câmbio sem autorização legal, além de cometer evasão de divisas e lavagem de dinheiro, e fraudes no comércio exterior, a partir da cidade de Joinville (SC).

No mês passado a marca virou notícia após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) aparecer usando um do modelo Nautilus 5711G que atualmente pode ser encontrado com valores entre R$ 350 mil e R$ 500 mil.

A aquisição de relógios raros da Patek Philippe é diferenciada. O cliente precisa ter alguma influência, uma indicação ou aguardar anos em uma lista de espera.

Alguns modelos podem levar de sete a dez anos até que o comprador consiga adquiri-los, o que os torna ainda mais cobiçados. Há unidades que chegam a até US$ 30 milhões.

Operação

São cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, contra seis pessoas físicas e seis empresas, em endereços residenciais e comerciais nas cidades catarinenses de Joinville e Itajaí.

Além disso, foi determinado o sequestro de aproximadamente R$ 20,7 milhões em bens, incluindo embarcações, veículos de luxo, imóveis e ativos financeiros bloqueados em contas bancárias.

O esquema envolvia operações de trading no comércio internacional, onde a principal empresa investigada oferecia serviços de câmbio sem autorização legal.

Recursos eram enviados ilicitamente ao exterior através de pagamentos de importações com documentação falsa ou antiga, antecipação fraudulenta de câmbio e pagamentos a terceiros não relacionados ao negócio.

Essas ações visavam a cobrir subfaturamento de mercadorias e dissimular a origem, destino e propriedade de valores, bens e direitos, utilizando técnicas de lavagem de dinheiro como mescla, blindagem patrimonial, manutenção de sócios ocultos e empresas de fachada.

Os crimes investigados incluem operar instituição financeira sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, integração de organização criminosa e fraudes na importação de mercadorias. As penas máximas para esses crimes podem chegar a 32 anos de reclusão.

Palíndromo

O nome da operação faz referência a uma sequência numérica que se lê da mesma forma de trás para frente, simbolizando a tentativa de ilusão e dissimulação praticada pelos envolvidos.

Fonte: Mirelle Pinheiro