Políticos de Rondônia provam que a divisão antropológica de Bezerra da Silva está equivocada: é possível ser malandro e mané ao mesmo tempo!

8 de junho de 2018 723

Políticos de Rondônia provam que a divisão antropológica de Bezerra da Silva está equivocada: é possível ser malandro e mané ao mesmo tempo!

Porto Velho, RO – Eu sou fã de Bezerra da Silva, o músico, poeta do gueto; entretanto, reservo algumas ressalvas em relação às suas caracterizações e divisões antropológicas.

Quando entoava “malandro é malandro, mané é mané”, da Silva ignorava, talvez por licença poética, o potencial heteróclito de figuras políticas brasileiras – principalmente em ano de eleição.

Aqui em Rondônia é possível perceber clara homogeneidade entre os adjetivos quando voltados a perdulários do colarinho branco; nosso criadouro perpétuo e não reciclável da politicagem está aberto a ladainhas e chororôs, agora mais do que nunca.

O ápice do ardor da Lava Jato já passou, é inegável. A operação chegou naquele momento ímpar em que agentes públicos e investigados se juntam às instituições para colocá-la contra a parede, conforme havia preconizado o senador Romero Jucá (MDB-RR). É o estancamento da sangria.

Até a Grande de Mídia, que há pouco colocava qualquer diligência da maior incursão contra a corrupção num patamar de intocável e irretocável, agora a questiona inclusive em editoriais – e a opinião dos gigantescos conglomerados da informação é visceral em 2018.

Muitos dos que estão no jogo são malandros e manés ao mesmíssimo tempo, mas não bobos nem inocentes. Por outro lado, como diz o adágio, o mal do malandro é achar que só a mãe dele fez filho esperto.

Condenados em segunda instância percorrem o Estado jurando a seus fieis eleitores que são candidatos; prometem mundos e fundos, discorrem sobre pretensa incúria do Poder Judiciário e também acerca do afã de adversários em tirá-los do tabuleiro.

Se criam à base das mentiras que, outrora, seriam incontestáveis. Só um pleito atípico onde a lei seja aplicada a todos – sem exceção – poderia resgatar a confiança da população. É possível que seja, sim, este ano.

Porém, como não sou otimista, mas sim um preguiçoso como caracteriza Mário Sergio Cortella os que enxergam o copo meio vazio, guardo outro ensinamento de Bezerra que, desta vez, concordo cem por cento.

“Para tirar meu Brasil desta baderna, só quando o morcego doar sangue e o saci cruzar a perna”.

VISÃO PERIFÉRICA

POR: VINICIUS CANOVA