Prestes a ser reconduzido coercitivamente à presidência da Aleac, vida de Nicolau volta a ficar difícil
Contra a vontade da maioria dos deputados estaduais, mas em comum acordo com o Palácio, o primeiro-secretário Nicolau Júnior (Progressistas) deve ser reconduzido ao cargo de presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac). A recondução é tratada nos bastidores como (praticamente) coercitiva — quando, através da coerção, se leva uma pessoa a tomar uma atitude indesejada. Nesse caso, não é indesejada por Nicolau, mas pelos deputados.
Essa recondução faz parte de uma manobra do próprio Nicolau, de antecipar as eleições para o dia 12 de julho; como foi adiantado há tempos por esta santa coluna. O que iria contra o previsto no regimento interno da Casa do Povo, mas a favor de sua vontade. A eleição, quase que a toque de caixa, vem em um momento onde o deputado conseguiu reunir em torno de si apoiadores abençoados pela batuta palaciana. Ele tem um medo: não ter a mesma sorte em dezembro, quando as eleições deveriam, de fato, acontecer.
Seria uma pena se o momento — tido como propício — voltasse a ficar… inoportuno. Uma ala silenciosa começa a reclamar, nos bastidores, que Nicolau não reúne na mesma proporção a habilidade de cumprir tal qual possui a habilidade de prometer. Essa reclamação é antiga; porém, ainda o persegue.
No seu puxadinho por exemplo, o PSDB, o que prevalecia — antes dos dois passos pra trás — era outra vontade que não a do Palácio: a rebelde e nanica legenda possui estrutura no governo, mas ensaiava candidatura própria à prefeitura da capital ou apoiar a candidatura adversária à do governador Gladson; mudou de ideia, magicamente, aos 45 do segundo tempo. Nos bastidores, há fonte segura que garanta que, depois dos últimos escritos desta santa coluna, a conta para Nicolau fechar a Mesa ficou mais… cara. Parece que, de tempos em tempos, os mesmos monstros atormentam o pobre Nico. Será que, algum dia, ele vai aprender a lição?
TODOS OS DIAS — Com equipe ruim, pouco carisma e uma mala cheia de acordos a cumprir, Nicolau deixou de ser, há tempos, o homem forte de Gladson na Aleac. Ninguém sabe exatamente o que fez para ser tão abençoado, já que nem tudo ele cumpre à risca. Mas de uma coisa não se pode negar: deveria agradecer todos os dias, por ter um Gladson na vida.
MICRO-ONDAS — O ato carbonizar o corpo dentro de uma estrutura, geralmente de pneus, é conhecido lá fora. O objetivo é tornar o corpo irreconhecível, e o crime uma fatalidade de difícil resolução. Foi destaque nacional, por exemplo, com a tortura do jornalista Tim Lopes. E o Acre, que clama por mais segurança, iniciou a semana em choque, com um crime nesses moldes.
A ESCOLHA DO DR — Partidos ligados aos cabeças brancas tratam Jenilson Leite como aquele que fez uma escolha errada, e que pode prejudicar a campanha de Marcus Alexandre. Uai, me tirem uma dúvida. Jenilson não pode ser vice. Não pode ser o candidato a governador do grupo. E o que exatamente ele pode, senhores cabeças brancas? Qual a opção que foi dada oo dr? Poderiam dizer?
NÃO VAI FUNCIONAR — É por isso que essa tarefa dos cabeças brancas de desmoralizar Jenilson, por mais cabelos brancos que tenham, não vai funcionar. Por muito menos, o MDB rompeu com o governo.
POSIÇÃO INTERESSANTE — O pré-candidato a prefeito, deputado Emerson Jarude (NOVO-AC), tem entrado num movimento muito interessante. De uns tempos para cá, tem sido destaque na imprensa investimentos e destinações do seu mandato para apresentar soluções à capital, cidade que quer gerir. Isso o coloca numa posição muito mais interessante, pois sai do campo de tecer as críticas — que também é salutar — para alguém que encampou melhorias, soluções.
CONVENCER PETECÃO — Ao que parece, uma ala mais lúcida do bloco oposicionista vai tentar convencer o senador Sérgio Petecão a acompanhar uma possível indicação de Jenilson Leite à candidatura de vice. Se consegue ou não, só o tempo e os habitantes da tenda amarela conseguem responder.
QUER MARFISA — Mesmo a contragosto, se tudo e todos, Petecão colocou na cabeça: quer indicar Marfisa Galvão.
DIZENDO O ÓBVIO — O Palácio emitiu um certo recado dizendo o… óbvio. Quer os cabos eleitorais trabalhando para o candidato do governador, o prefeito Tião Bocalom.
APOSTA — Essa sempre foi a aposta desta santa coluna. Não apostaria diferente nem com pessoas do andar mais alto dizendo algo diferente disso.
INTERESSANTE — Linker Cameli como vice de Jessica Sales pode até não ter vingado, mas somente essa possibilidade, de forma isolada, colocou Jessica numa posição… interessante.
QUEM? — Quem considerava a prefeita Neia Sérgio uma carta fora do baralho, deu com os burrinhos na água. Ela cresceu. Quem é o tolo que subestima alguém que está no poder?
BATE-REBATE
– Com o aval da executiva nacional, Márcia Bittar aterrissa no Podemos (…)
– (…) O partido, por aqui, tem muita gente grande.
– O presidente do PT acreano, Daniel Zen, tem funcionado como uma espécie de pacificador no campo da centro-esquerda (…)
– (…) Uma pena que no MDB, o partido que carrega Marcus e é o fio condutor da aliança, o clima não é bem esse (…)
– (…) É bom que se organizem. Estamos em julho.
– O secretário Fábio Rueda (Relações Federativas) tem sido muito bem recebido no âmbito do governo para estabelecer parcerias e trabalhar o Acre em Brasília (…)
– (…) O reconhecimento veio do próprio governador Gladson, em um evento no Corpo de Bombeiros.
– Se o PT conseguir a façanha de eleger o Andre Kamai à Câmara, não tenham dúvidas que ele será um protagonista (…)
– (…) O André tem conhecimento, bagagem, fala do que sabe e não costuma levar desaforos ideológicos pra casa.
– Alguém ouviu falar em mais troca de comando?