PREVÊ-SE QUE LULA VÁ ATÉ O FIM NOS SEU BRAÇOS DE FERRO COM A JUSTIÇA. É UMA BOA DECISÃO?

14 de dezembro de 2017 820
Abaixo estão as hipóteses que circulam nos bastidores da política sobre se Lula terá ou não condições legais de disputar a Presidência da República na próxima eleição, segundo o Painel da Folha de S. Paulo, editado pela jornalista Daniela Lima.
 
Na minha opinião, é mais do que hora de a esquerda desistir de uma candidatura que tem enorme chance de ser inviabilizada pelos tribunais e, mesmo que os togados não a fulminem, representaria apenas uma resposta do passado aos dilemas do presente. 
 
Lula não é um revolucionário e, diga o que disser, sempre acabaria praticando a conciliação de classes, ou seja, quereria dar vida a um reformismo que o vento da crise aguda capitalista levou.
 
A esquerda precisa é apostar num líder que tenha visão clara da impossibilidade de atender aos reclamos dos explorados sob o capitalismo. E que veja na eleição apenas uma das várias iniciativas para acumular forças visando a tal ruptura, não o caminho da nossa redenção.
 
Presidentes, sob o capitalismo, não detêm poder real para confrontar e superar o capitalismo. Já deveríamos ter aprendido esta lição há muito tempo. 
 
Eis o quadro exposto peloPainel:
 
A celeridade com que o TRF-4 marcou o julgamento de Lula só ampliou a certeza tanto nas siglas de esquerda como nas de direita de que a corte deve condená-lo. 
 
Restam, agora, duas perguntas: 1)Até onde o petista está disposto a ir para fazer de seu calvário jurídico uma disputa política? 2)Algum ministro das cortes superiores irá se dispor a suspender os efeitos da decisão por meio de liminar, liberando o ex-presidente, hoje com 37% das intenções de voto, para ser julgado pelas urnas?
 
Integrantes do PT dizem que Lula não tem escolha a não ser radicalizar e levar seu embate com a Justiça às últimas consequências. Ele deve manter a estratégia de se registrar na disputa eleitoral e aguardar até o julgamento do último recurso possível para deixar a eleição.
 
Quem conhece o TRF-4 acredita que os três desembargadores que vão analisar o caso Lula devem condená-lo, porém, com penas diferentes. Isso abriria espaço para mais um tipo de recurso, o embargo infringente.
 
Em tese, mesmo preso Lula poderia se registrar na disputa. Em 2004, por exemplo, Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí, conseguiu ser eleito enquanto estava na cadeia.
 
“Se for o caso, ele será proclamado eleito e chamado para a diplomação. Se vai comparecer ou não, é um problema do carcereiro”, disse, na ocasião, o ministro Sepúlveda Pertence, que presidia o TSE. Anos depois, Mânica acabou condenado a 100 anos.
 
Um ex-ministro do TSE diz que a conclusão do julgamento de recursos também depende da velocidade dos advogados –que podem tentar postergar decisão final– e lembra que nenhum candidato pode ser preso a 15 dias da eleição.
 
Deputados do PT querem que a defesa do ex-presidente Lula vá ao Conselho Nacional de Justiça questionar o que eles têm chamado de “velocidade seletiva” na tramitação do caso do petista no TRF-4.
A VISÃO DEMOCRÁTICA (POR CELSO LUNGARETTI )