PRISÃO PARA MALUF, 86 ANOS, UM ANCIÃO ESPERANDO A MORTE CHEGAR: ESTE NÃO É O MEU BRASIL.
20 de dezembro de 2017
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Durante toda a trajetória política de Paulo Maluf, encarei-o como um inimigo de classe a ser combatido.
Como sempre considerei a corrupção inseparável do capitalismo e impossível de ser erradicada sob o capitalismo, não era a roubalheira o que eu mais criticava nele, mas sim a polícia matadora do seu governo (1979-1982) e o bordão que passou a adotar nas campanhas subsequentes, vou botar a Rota na rua.
Os paulistas sabiam muito bem o que estava subentendido nesta promessa: licença para executar suspeitos a torto e a direito, com a certeza de que seriam aceitas sem questionamento nenhum as versões fantasiosas de que as vítimas haviam resistido à prisão. Os relatos destes extermínios correram mundo, para imensa vergonha dos brasileiros civilizados.
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"Vou botar a Rota na rua" |
Hoje, contudo, o que ele tinha de nocivo, o tempo levou. Não passa de um ancião que se mantém deputado federal mas deixou de ter influência política. Está apenas esperando a morte chegar.
Discordo totalmente do envio à prisão de um homem com 86 anos que não haja cometido crime hediondo. É uma desumanidade chocante.
Antiquado ou não, sou um brasileiro cordial e brasileiro cordial morrerei. Se aqui for suprimida toda compaixão, virará um Estados Unidos, aquele país engendrado por fanáticos religiosos que sacralizou sua impiedade judicial e a impõe a ferro e fogo, passando por cima de culpados e também de inocentes.
O Brasil que condena Maluf a passar seu fim de vida em regime fechado, com grande chance de morrer encarcerado, não é o meu Brasil. Cada vez gosto menos de viver nele, em meio a tanta barbárie e tanto ódio.
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