Repercussão do Copom, decisão de juros na Inglaterra e Casas Bahia (BHIA3): o que move o mercado

20 de junho de 2024 54

Os mercados internacionais operam em alta na manhã desta quinta-feira, 20. Na volta do feriado dos Estados Unidos, os índices futuros americanos sobem. Na Europa, as bolsas abriram em alta, já que a decisão do Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) em manter a taxa básica de juros no país era precificado pelo mercado. Por aqui, o Ibovespa futuro sobe, refletindo um otimismo com a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom). Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, após o banco central da China manter suas taxas inalteradas.

Repercussão do Copom

O mercado repercute a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Após seis cortes consecutivos da taxa básica de juros, o Banco Central (BC) manteve, em decisão unânime, a Selic em 10,50%, interrompendo o ciclo de corte de juros no Brasil. A manutenção já era precificada pelo mercado, mas o grande foco estava em como seria a votação.

Isso porque no encontro que antecedeu o de ontem, o colegiado ficou dividido: os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram a favor do corte de 50 pontos-base (bps, na sigla em inglês), enquanto os indicados pelo ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, votaram para um corte de 50 bps.

Nesta reunião, a votação mostrou um consenso entre os nove diretores. Já o comunicado diz que a decisão foi embasada em fatores técnicos como a desancoragem das expectativas da inflação e a piora dos balanços de risco fiscal desde o último Copom. A decisão unânime também mostra que o Copom não cedeu à pressão política mesmo após críticas de Lula ao BC.

Banco central da Inglaterra mantém taxa de juros

Como já era previsto, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve novamente a taxa básica de juros do país em 5,25%, após reunião nesta quinta-feira, 20. O patamar é o mais alto em 16 anos, mas já estava precificado pelo mercado. De acordo com a ata da reunião, a votação não foi unânime, com sete diretores votando a favor da manutenção, enquanto os outros dois diretores sugeriram um corte de 25 pontos-base.

Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Inglaterra divulgado ontem mostrou que a taxa anual do Reino Unido desacelerou para 2% em maio, voltando à meta oficial do BoE pela primeira vez desde 2021. A melhora na inflação foi reconhecida pelo comitê de política monetária da Inglaterra, entretanto, no comunicado, foi descrito que a inflação de serviços, em 5,7% em maio, foi levemente acima do projetado e pouco abaixo dos 6% em março.

Somado a isso, para alguns membros do comitê, o retorno da inflação para a meta de 2%, embora bem-vindo, não indica necessariamente uma constância. “A manutenção de níveis elevados e notícias positivas sobre a inflação de serviços apoiou a visão de que os efeitos de segunda ordem manteriam uma pressão ascendente persistente sobre a inflação subjacente”, escreveram os diretores no comunicado.

Recuperação extrajudicial da Casas Bahia (BHIA3)

A Justiça de São Paulo homologou, nesta quarta-feira, 19, o plano de recuperação extrajudicial da Casas Bahia (BHIA3), o que significa que o plano pode ser negociado diretamente entre os credores e a companhia. O pedido de recuperação extrajudicial foi protocolado no final de abril, e envolve a negociação de dívidas no valor de R$ 4,1 bilhões. No mesmo dia, a Justiça deferiu o pedido, que já estava pré-acordado com os principais credores, Bradesco e Banco do Brasil, que detém 54,5% dos débitos.

Fonte: Rebecca Crepaldi