Se Expedito não é flor que se fungue, Coronel Marcos Rocha é o novo com cheiro de naftalina
Porto Velho, RO – Qualquer pessoa que esteja em Rondônia há mais de quatro anos sabe exatamente quem é Expedito Júnior (PSDB) e conhece a sua vida pregressa. Enquanto ele se candidatar, não tem jeito, o fantasma da cassação por compra de votos irá persegui-lo nos debates, nas redes sociais, nos questionamentos da imprensa, mas, principalmente, na memória do eleitor.
No primeiro turno, o tucano conseguiu se esquivar da questão denominando o assunto como “notícia requentada”, proclamando sua inocência e atribuindo responsabilidade à suposta arapuca que teria sido armada contra ele.
Naquele estágio do pleito, levando em conta a variedade de candidatos se enfrentando nos debates com temas plurais e lutando, principalmente, pela segunda vaga no próximo turno, o tucano se safou das bordoadas enquanto os grandes confrontos eram travados entre Maurão de Carvalho (MDB) e Vinícius Miguel (REDE), Marcos Rocha (PSL) e Coronel Charlon (PRTB).
Expedito foi pouco acionado e sua imagem sequer se desgastou do momento inicial ao 07 de outubro. Saiu por cima da carne seca, digamos.
Ocorre que após a apuração das urnas, constatou-se que a onda bolsonarista tapeou os grandes institutos de pesquisa do Brasil e, de quebra, deixou em frangalhos a sapiência de muitos cientistas políticos, levando-os à lona, sem ter como explicar o fenômeno e sua interferência em muitas regiões do País.
Assim, Marcos Rocha surpreendeu fazendo campanha até ali como se fosse um Pokémon terceirizado, ou seja, em vez de falar o próprio nome, fazia questão de repetir “Bolsonaro”quantas vezes fosse possível.
Como deu certo, continua fazendo. E convenhamos: é uma excelente estratégia para quem não tem predicados.
Se quem ri por último ri melhor, o alvo da chacota tornou-se o melhor dos zombeteiros, ora fazendo troça com o peesseedebista, postando-se como novo, arauto da ética e dos bons costumes, adepto das diretrizes que definem a família tradicional brasileira e etc.
Logo, segue como uma reles sombra do presidenciável Jair Bolsonaro, portanto nada de novo. Aliás, se Marcos Rocha é novo, é um novo com cheiro de naftalina, embora matenha por perto traças e baratas da política regional.
A pergunta que tem de ser feita é: até onde Rocha iria se Jair Bolsonaro não existisse?
Por conta disso, o segundo turno em Rondônia é a eleição entre o ruim e o pior, sejamos francos. Não tem nada de renovador no front – é inegável.
O militar leva o termo ética em seu slogan de campanha, mas, mesmo sendo educador, copiou na cara dura o Plano de Governo do senador mineiro Aécio Neves, registrado em 2014 quando o tucano concorreu à Presidência da República.
E plágio, pelo que me consta, é um ato absolutamente incompatível com a conduta militar, que deve ser honrosa sempre, sem exceções.
Nós apuramos e confirmamos a informação. Há pontos cem por cento idênticos entre um plano e outro, inclusive hífens e vírgulas.
Questiona-se: que tipo de punição seria aplicada pelo ex-diretor do Colégio Tiradentes, o coronel Marcos Rocha, se um aluno daquela respeitadíssima instituição de ensino fosse flagrado “colando” da prova do coleguinha?
Expulsão, talvez? Ou algo mais suave, como a reprovação na matéria, quem sabe?
Enfim, qual seria a penalidade imposta a qualquer estudante pego com a boca na botija numa traquinagem como essa?
Recapitulando:
Rocha, o “novo”, foi secretário municipal de Educação na gestão Dr. Mauro Nazif; de Justiça na administração Confúcio Moura (MDB) e agora é candidato ao Governo de Rondônia com as propostas do PSDB. E com passagens altamente questionáveis, diga-se de passagem.
Entenda por que nos links abaixo:
PROPINA: Oferta de 1 milhão de reais para o Coronel Marcos Rocha (Rondoniaovivo)
Dá pra sentir agora o cheiro de naftalina no ar?
E foi na gestão Mauro Nazif onde ele teria recebido propostas de propina que chegaram, segundo o próprio liberal, a R$ 1 milhão.
Falando nisso, até agora ele não apresentou o nome dos corruptores, o auto de prisão em flagrante (que ele deveria ter procedido no momento em que recebeu a proposta indecente) e muito menos o protocolo das denúncias no Ministério Público de Rondônia (MP/RO).
Nada, zero.
Encher a boca pra falar de honestidade sem comprovar o que fez para combater a corrupção é coisa de raposa velha.
Concluo deixando claro que Expedito pode até não ser flor que se cheire – e é impossível colocar a mão no fogo por ele; Rocha, por outro lado, repetindo, é o novo com cheiro de naftalina.
Você escolhe no próximo domingo (28) qual dos dois irá fungar.
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VISÃO PERIFÉRICA
POR: VINICIUS CANOVA