STF tenta cravar estaca no coração da Lava Jato: nova decisão de Toffoli torna o combate a corrupção impossível

1 bilhão recuperados para Petrobras, dezenas de condenados, um ex-presidente e Chefão de quadrilha preso os resultados da Lava Jato não são só excepcionais: eles não possuem paralelo mesmo quando comparado a longa historia global de luta contra a corrupção. Mesmo a operação italiana Mãos Limpas, que serviu de inspiração ao juiz Sergio Moro, não obteve resultados nesse patamar. Esse sucesso também criou muitos desafetos, de políticos corruptos amedrontados a  juízes 'supremos' invejosos  E as tentativas de destruir a o bom trabalho da Polícia Federal foram inúmeras, começando por indicações partidárias do governo Dilma para aparelhar o Ministério da Justiça inteiro na luta contra a 'República de Curitiba'. Mais recentemente o frente para tentar frear a Lava Jato tem sido o Judiciário, inúmeras decisões do STF representaram retrocessos terríveis,  o desmembramento do processo, a absurda liberdade concedida a condenados na segunda instância com décadas de prisão, a serem cumpridos, nas costas (incluindo o braço direito do Chefão, José Dirceu), e mais recentemente a retirada de trechos de delações das mãos de Sergio Moro. As decisões da Segunda Turma do STF de hoje, podem ir muito além de simplesmente frear a Lava Jato, elas podem, não só destruir a operação como tornar virtualmente impossível qualquer combate efetivo a corrupção no futuro. O ex-advogado de José Dirceu, Dias Toffoli, acompanhado pelo ministro Gilmar Mendes apresentaram tese que retira o valor das delações como provas. Por mais detalhadas, numerosas e correspondentes com os fatos que as denúncias de delatores forem para Toffoli e Mendes as delações só teriam valor quando corroboradas por provas documentais. Como corrupto não costuma passar recibo, as ocasiões que possibilitariam condenar por corrupção, caso Toffoli, Lewandowski e companhia prevaleçam, se tornarão extremamente limitadas. Apenas em casos raríssimos, onde a Polícia Federal e o Ministério Público  forem fortuitos o suficiente para por as mãos em gravações, serão as exigências das Segunda Turma cumpridas e os criminosos presos. Se esse entendimento insano prosperar todas as condenações em segunda instâncias obtidas pela Lava Jato podem ser revertidas nos tribunais superiores e assim a operação brasileira terá fim pior que a da Mãos Limpas Italiana.