VIAJAR…VIAJAR…
Assisti, não me recordo quando, ao “ Bom Dia Brasil” da TV Globo. Entre as curiosidades apresentadas, revelaram, que, agora, em algumas profissões, há mais oferta de emprego, e menos candidatos.
Qual a razão?
Os reporteis do Globo, deram a explicação: interrogando pessoas, na via publica, e empregadores, e descobriram o “ mistério”.
É que os jovens – e não só, – preferem primeiro viajar, e depois procurar emprego! …
Devido à facilidade e transporte, e ao baixo custo das viagens, os jovens, tudo que conseguem amealhar, é para realizarem viagens.
Viajar, pode ser cultura, – e é, – mas na maioria das vezes, viajar: é apenas o meio de se ter a possibilidade de afirmar, com ênfase, num grupo de amigos que: já se esteve em: Paris, Londres, New-York, Copacabana ou Roma.
É elegante, dá status, e é de bom-tom conhecer lugares badalados pelo cinema e a TV.
Muitos, que assiduamente viajam, apenas conhecem hotéis e a gastronomia dos países que visitam, e ainda os restaurantes onde se come bem…
Eça, in “ A cidade a as Serras”, refere-se ao “ prazer” de viajar, e narra no seu soberbo estilo, a desdita de Zé Fernandes, que após percorrer as cidades europeias, cansado e enfastiado, chegou a Veneza, e encontrou um inglês, que habitara no Porto, e conhecia, entre outros, o Visconde do Bom Sucesso, e as Limas da Boavista! …Foi o melhor momento da longa viagem! …
Diz que gastou mil francos, para se entediar! …
O melhor da viagem, é, quase sempre, o regresso. O regresso ao doce lar, e recordar, as peripécias, que se viveu, entre os seus, ou à roda de aconchegante mesa, almoçando com amigos.
Na opinião de Beltrand Russell (*) a “ criança desenvolve-se melhor quando, tal como uma jovem planta, a deixam tranquila no mesmo solo. Demasiadas viagens, demasiadas variedades de impressões, não são boas para as crianças e torna-as mais tarde, quando forem crescidas, incapazes de suportar uma monotonia fecunda.”
Creio que Beltrand Russell tinha razão.
Viajar, conhecer outros povos, outras civilizações, sempre foi o desejo humano, mas nunca como agora, ao ponto de os jovens preferirem passear, correr o mundo…; aguardando, para mais tarde, a necessidade (que devia ser o primeiro cuidado,) de buscar trabalho, que lhes permita criar um lar e formar família.
Assim vai o nosso Mundo! …