Voto certo

Parabéns ao Diário da Região de São José do Rio Preto por fomentar o debate sobre a estupidez socialmente danosa do "voto nulo". Ao publicar as opiniões controversas sobre o assunto, na "carta do leitor" (28/7), o jornal está exercendo a função primordial da imprensa: informar e possibilitar a análise de questões que envolvem nossa cidadania, estimulando a reflexão. Nada como pensarmos em quem votar nas próximas eleições que, a meu ver, possibilitam a chance imperdível de iniciarmos a construção de uma democracia verdadeira, no molde de países civilizados. Para realizarmos a reforma política, mãe de outras reformas necessárias, precisamos antes mudar os políticos que ocupam o Parlamento e outros órgão do poder legislativo e executivo, além do Planalto. Mesmo quem não foi indiciado por corrupção é culpado por cumplicidade ou omissão.

Há tempo venho argumentando que o voto nulo, como o em branco ou a abstenção, em lugar de ser a punição de políticos desonestos ou incompetentes, acaba surtindo o efeito contrário por facilitar a reeleição dos sustentáculos da velha política, que nos governa desde a época colonial. Chegou a hora de entendermos que o cidadão que inutiliza seu voto está elegendo os candidatos prepostos pelos caciques políticos que têm currais eleitorais, verbas do fundão partidário, maior tempo de televisão ou a máquina do Estado a sua disposição. Para acabarmos com este continuísmo basta a gente votar apenas em candidatos novos, não infectados pelo vírus da velha política, sem se deixar levar por pesquisas de intenção de voto. Mesmo os menos cotados têm possibilidade de vencer, se diminuirmos o número dos políticos profissionais. Hoje em dia as redes sociais podem veicular nomes  de candidatos dispostos a disputar cargos públicos visando o bem da coletividade e não interesses individuais ou de grupos. Se não conseguirmos realizar essa mudança nas próximas eleições, será difícil prever o futuro que deixaremos para nossos filhos e netos.