FOI MENTIRINHA...MAS...
O público acredita em tudo que se lhe diz, dês que a mentira seja apresentada de forma credível, e embrulhada em meias-verdades.
Certa ocasião, quando Henrique Galvão e o irmão, eram responsáveis pelos programas da Emissora Nacional, em pleno Estado Novo, apareceu, nessa rádio, intérprete inglês, que alcançou sucesso invulgar.
Como era britânico, e interessava-se pela nossa música, foi amiudadamente comentado no meio musical, e não faltaram ouvintes, que encantados com as excelentes interpretações, solicitassem, nas casas da especialidade, músicas de sua autoria.
Paralelamente, com o famoso músico, surgiam artistas de outras nacionalidades, com proeminência de brasileiros e americanos.
Ora o Maestro João Nobre, anos mais tarde, em épocas democráticas, revelou, em entrevista concedida à RTP, que era tudo “ mentirinha”, para deslumbrar os ouvintes, e poupar dinheiro, já que se estavam – como sempre, – em épocas de vacas magras.
O célebre músico inglês, era, nem mais nem menos, que o nosso João Nobre! …
Nesse tempo, não havia: cd’s, fitas nem discos em vinilite. A música era transmitida, quase sempre, ao vivo, com público ou não.
Quantas vezes, a mass-media, não nos impinge, mentiras, como verdades?
Foi uma mentirinha inocente, mas outras, mais graves, fazem-nos cair em sérios erros, se acreditarmos em tudo que nos dizem.
Por vezes detestamos: personalidades; aceitamos comportamentos; alteramos opiniões, porque somos informados com mentiras e meias-verdades.
É que há redes internacionais, na mão de minorias, que espalham mentiras, como verdades, e verdades como mentiras…
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal